Família,
uma palavra que pode ter várias interpretações, depende do contexto em que ela
é colocada. Quando eu ia para a escola, via meus amigos indo para suas casas,
uns iam com os irmãos mais velhos e outros com seus pais. Meu irmão Eduardo, me
buscava na escola, ele ficava com raiva às vezes por que eu sempre andava
devagar e acabava atrasando-o a se arrumar para o colégio. Sempre gostei de
ficar sozinho em casa, mas, confesso que tinha medo quando chovia, pois me
assustava fácil com relâmpagos e trovões. Por outro lado, eu ficava assistindo
desenhos, filmes e, jogava videogame e; adorava brincar com os brinquedos.
Minha mãe, Rosa, chegava de tarde e logo mais Eduardo chegava da escola. Meu
pai, Ricardo, chegava de noite e contava histórias do dia dele, todos os dias
tinha uma nova e cada vez mais engraçada.
Bem,
tenho boas lembranças de outras famílias que eu conheci, adorava ir à casa do
Marcelo, meu melhor amigo da escola. Sua mãe, Dona Marlene, adorava fazer
bolos, não me lembro de um dia que chegava lá e não me empanturrava com o seu
maravilhoso bolo de milho. Marcelo era filho único, então, seu hamster Rufino
foi a sua melhor companhia durante anos. A rotina dos seus pais era diferente
da minha. Sua mãe trabalhava demais e chegava de noite em casa, como chegava
muito cansada, não tinha tempo para passar com o Marcelo. Ele estava acostumado
com isso, e por isso se isolava no quarto, lendo algum quadrinho ou alguma
revista de curiosidades. O seu pai, Seu Alberto, viajava direto a negócios. Eu
o via algumas vezes, ele aparentava ser serio, gostava de ler o jornal. Não
conversava muito. Aquela ausência toda deixava Marcelo triste, mas, ele não
gostava de mostrar isso. Marcelo voltava de van para a sua casa e a empregada
Irene tomava conta dele até que Marlene chegasse. Então, como eu morava perto
da casa dele, ele me chamava para ir lá.
Eu
tinha a sorte de fazer bons amigos, sempre preservei os melhores que tinha,
pois sabia que era raro encontra-los. Marcos foi uma das pessoas mais
inteligentes que eu conheci, seus pais o influenciaram bastante na leitura. A
estante do quarto dele era enorme e possuía mais livros do que brinquedos. Seus
pais o amavam, ele não era filho biológico, mas, sempre o trataram com muito
amor e carinho. Eu ia para a casa dele e Marcelo ia comigo, ficávamos jogando
bola no quintal que tinha lá. Marcos tinha tudo que ele precisava e nada
faltava. Sua Mãe, Carla, adorava assistir um filme com ele, ela era fã do
cinema clássico. O pai dele, Seu Zé, gostava de esportes, ensinou Marcos a
jogar bola, basquete e vôlei. Marcos fazia aula de natação também. Desde criança ele foi um garoto saudável, a
única criança que eu conhecia que comia salada.
Eu,
Marcelo e Marcos, demoramos a perceber que éramos uma família. A nossa amizade
de infância foi crescendo cada vez mais, passamos por bons e maus momentos e
nos ajudávamos uns aos outros. Bem, eu sempre gostei refletir sobre a
importância que a família tinha na vida das pessoas. E tenho certeza que
encontrei a resposta. Não é preciso ter o mesmo sangue para fazer parte de uma
família, conheço pais e mães que abandonam os seus filhos para sempre ou que
simplesmente não estão nem ai para os seus filhos. Família é formada por
pessoas que te amam de verdade, que estão com você a todo o momento, não só nos
dias de gloria, mas também naqueles dias em que tudo parece estar perdido. E
tenha certeza que eles estarão com você. Cuide bem da sua família.
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