Resenha do álbum 'Lost Souls' - Loreena McKennitt


SOCORRO! Só agora que me dei conta que não fiz nenhuma resenha de cd em 2018! Ê TCC danado, viu? Mas antes tarde do que nunca! E a resenha de hoje é hiper especial: 'Lost Souls', o mais recente álbum de estúdio da maravilhosa Loreena McKennitt! 


Quem é fã dela (assim como eu) precisou esperar MUITO para ter músicas inéditas e originais novamente. Mais precisamente, foram 12 ANOS entre seu álbum 'An Ancient Muse', de 2006 e esse, de 2018. Nesse meio tempo, Loreena se dedicou exaustivamente às turnês e as músicas tradicionais celtas, como no disco 'The Wind that Shakes the Barley', de 2010, que era, até então, seu último trabalho de estúdio. Em seguida, vieram álbuns de shows e a coletânea 'The Journey So Far', que embalou a primeira visita da canadense ao Brasil, em 2013. Para nossa honra, a turnê será aberta oficialmente no Brasil! Os shows começarão amanhã e serão feitos em São Paulo, Rio de Janeiro e na minha Belo Horizonte! Em seguida, Argentina e Chile receberão os outros shows. Haja coração!

Essa espera toda valeu a pena. 'Lost Souls' é um disco que derrete o coração de qualquer um. Há 9 faixas no disco, que passam por diversas influências musicais, desde a música celta até a música oriental. É um trabalho que tem a alma e a identidade da cantora, e é um verdadeiro bálsamo pra quem ouve.

Esse vai ser faixa a faixa, hein! Vamos lá!



1 - Spanish Guitars and Night Plazas

A primeira música, só pelo nome, demonstra sua influência espanhola. Mas não somente isso. Loreena tem todo um trabalho de construir uma história sonora que é reforçada com a letra, coisa que faz com maestria graças aos seus estudos sobre as culturas de outros países e seu trabalho como atriz (antes que alguém fale, também acho que ela parece com a Helen Mirren haha). Isso também tem muito a ver com o excelente trabalho desenvolvido pelos musicistas que trabalham com ela, como Caroline Lavelle, Brian Hughes e Hugh Marsh. McKennitt disse em seu site que "imagens de noites sensuais passadas em praças na Espanha e no Mediterrâneo pareciam queimar em sua mente, enriquecidas com o aroma de jasmim". A letra reflete esse pensamento, mas também mostra uma melancolia. A canção tem seu grande ápice na reta final, quando o violão espanhol e as castanholas entram em sintonia com os vocais de Loreena e Caroline. É linda, simplesmente!

2 - A Hundred Wishes

Junto com 'Sun, Moon and Stars' é meu xodó no disco. Aquela que quando tocar no show eu vou ter que me controlar pra não cantar enlouquecidamente, hihi. Ela, assim como a música anterior, tem uma história romântica e aquele clima de viagem, e não é pra menos. A cantora menciona diversos lugares na música, como França, Espanha e Irlanda (amor da minha vida ❤️). Além disso, senti que os instrumentos refletem os locais mencionados. O refrão é a coisa mais linda: Se eu tivesse cem desejos/E apenas um deles pudesse virar realidade/ Eu desejaria que, além dessa distância/ Eu pudesse estar bem ali, agora, com você. 

Aiiii, fora a combinação perfeita das vozes de Loreena e Caroline! Se elas fizessem juntas um álbum a capella eu ouviria com certeza! Maravilhosas! 

3 - Ages Past, Ages Hence

Se você gosta de música medieval, essa é a sua cara! Quando ouvi, me senti em um baile real num castelo enorme. A influência mística celta é escancarada, algo presente em vários trabalhos anteriores dela, como 'The Visit', 'The Mask and The Mirror' e 'The Wind That Shakes The Barley'. Tem um agudo longo de Loreena que é simplesmente de arrepiar dos pés a cabeça! Ela segura a nota com tanta propriedade e leveza, não sai nada forçado. Tantos anos de turnê a deixaram ainda mais incrível. É uma artista completa e a música também está na minha lista de favoritas do disco. Outro destaque está nos solos de violino presentes em 'pílulas' ao longo da canção. Meu coração não aguenta, gente!

4 - The Ballad of the Fox Hunter

É um poema composto por W.B. Yeats, cuja musicalização por McKennitt começou há tempos, lá por meados dos anos 80. Aliás, a cantora disse que boa parte das músicas do disco, como 'Spanish Guitars and Night Plazas', 'A Hundred Wishes', 'La Belle Dame Sans Merci' e 'Manx Ayre' começaram a ser trabalhadas em eras anteriores a esse disco, porém, por algum motivo, elas foram "descansando" de lado até serem completamente finalizadas. É aquilo: às vezes tarde, mas não falha, né? A melodia consegue trazer o clima de "bardos" que o poema dá. A interpretação da cantora mostra que ela tem que voltar a atuar também, porque ela colocou bastante sentimento ao "recitar cantando" esse poema. Literatura é outro amor de Loreena e vez ou outra, ela recomenda algum livro pros fãs. 

5 - Manx Ayre

Uma confissão: TODA VEZ que eu ouço essa música me dá vontade de jogar Druid Kingdom (é muito bom, depois dê uma olhada!). É outro instrumental que é celta de doer! Não por menos, Loreena é um dos principais nomes do segmento folk celta, porque é cada música rica de detalhes nessa vibe que não tem como os amantes desse segmento não gostarem. Tem um pequeno toque oriental, que dá um charme. Uma delícia de melodia!

6 - La Belle Dame Sans Merci

Diria que uma das faixas mais 'clássicas'. Outro poema musicado por Loreena, desta vez de autoria do poeta inglês John Keats, em 1819. Essa música é pra ouvir de olhos fechados e se deixar levar. É a segunda faixa mais extensa do disco (perdendo somente para a primeira faixa), apesar de que para os padrões da cantora, é uma música pequena. McKennitt tem canções que ultrapassam os 9 minutos! Mas não ficam cansativas. Ela é mestre em fazer isso. 

7 - Sun, Moon and Stars

Poderia resumir essa música como 'Caravanserai 2.0' (se você não conhece Loreena, ouça essa música. É uma das minhas favoritas! Marco Polo também é outra música relacionada).

Essa canção instrumental tem uma clara influência oriental, assim como a música que mencionei. A canadense dedicou a canção ao conhecimento antigo, algo que ela estuda e admira enormemente. Loreena mostra com essa música que seu talento vai além das performances vocais. Ela é uma baita instrumentista também.

8 - Breaking of The Sword

A canção foi o primeiro single do álbum e também a primeira música inédita lançada depois de muitos anos. Há um clima de patriotismo e heroísmo nela, muito por conta da inspiração da música: uma visita ao Canadian National Vimy Memorial, localizado na França. Loreena, que é coronel honorária da Força Aérea Real Canadense (patente alta, hein!) trouxe o sentimento de honra aos soldados que batalham arduamente para defender suas nações, e mostrou na letra a dor de uma mãe que perdeu o seu filho em batalha (a mais triste do disco). O coral que canta juntamente com a canadense traz essa sensação de união e orgulho dos filhos de sua nação. 

9 - Lost Souls

A faixa-título do disco é justamente a última (estou mais acostumada a ver a faixa-título no início ou no meio do disco, mas acho que também fica bem no final. Melodicamente falando, é a canção mais melancólica de todas pra mim. A letra fala do fim e do início das jornadas que enfrentamos, sejam elas como for. É uma reflexão de onde viemos e para onde vamos, o que fizemos e o que faremos no futuro. É uma música para refletir sobre a vida. 





Espero que tenha gostado dessa resenha! Se você quer ir para um dos shows, ainda dá tempo de adquirir seu ingresso. Mais informações e detalhes na page Loreena McKennitt Brasil!

Super beijos e até a próxima!


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