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Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresenta obras clássicas no Palácio das Artes

 

O Palácio das Artes recebe a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais no dia 24 de abril - Divulgação

Três obras que, para além de sua grandiosidade musical, evidenciam a riqueza histórica e humana por trás do repertório de concerto, proporcionando aos espectadores uma viagem através de diferentes épocas e estilos musicais. A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), sob regência da maestra Ligia Amadio, interpreta um programa composto pela “5ª Sinfonia” de Tchaikovsky, "Concerto para dois pianos e orquestra", obra de Max Bruch, que será apresentada pela primeira vez no Brasil, e "Nocturno em mi bemol maior", composta por António Fragoso. A apresentação ocorre na quarta-feira (24/4) às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, e contará com a participação dos renomados pianistas portugueses Artur Pizarro e Bernardo Santos, dentro das comemorações dos 50 anos da Revolução do Cravos – que devolveu a democracia ao país após décadas de regime autoritário. Os ingressos, que já estão à venda no site, têm preços populares: R$30 a inteira e R$15 a meia-entrada. No dia anterior ao concerto, terça-feira (23/4), às 12h, será apresentada ao público mais uma edição do projeto “Sinfônica ao Meio-Dia”, com parte do programa e entrada gratuita.


Na “5ª Sinfonia” de Tchaikovsky, cada um de seus quatro movimentos possui uma atmosfera distinta e transmite uma variedade de sensações, como melancolia, esperança, introspecção e triunfo. Composta entre maio e agosto de 1888, é uma manifestação da maestria do autor em transmitir sentimentos complexos através da música. Já o “Concerto para dois pianos e orquestra”, de Bruch, foi inicialmente escrito para órgão e orquestra, e posteriormente adaptado pelo próprio compositor. A obra reflete ecos de Bach e Brahms e, assim como a “Sinfonia nº 5”, transporta o público por diversos sentimentos ao longo dos quatro movimentos, com um final festivo. Por fim, o "Nocturno em mi bemol maior", uma das composições mais famosas de Fragoso, possui uma atmosfera nostálgica e demonstra a habilidade do autor em combinar diferentes influências musicais, incorporando elementos de Chopin, Rachmaninov e Debussy.


Uma viagem pela música clássica europeia – Talentoso pianista e compositor, António Fragoso aprendeu a compor de maneira autodidata, e sua paixão pela música romântica influenciou suas primeiras obras. Durante seu último ano no Conservatório Nacional de Lisboa, Fragoso dedicou-se à orquestração do “Nocturno”, com o desejo antigo de vê-lo interpretado por uma orquestra. Seu amigo David de Souza, maestro da Orquestra Sinfônica Portuguesa, havia prometido realizar esse sonho. Infelizmente, isso não chegou a acontecer: em 1918, os dois amigos foram vítimas da gripe pneumônica, que causou milhares de mortes em Portugal naquele ano. Como uma homenagem ao desejo de Fragoso, o “Nocturno” será a primeira obra a ser interpretada pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais no dia 24 de abril.


Em seguida, Artur Pizarro e Bernardo Santos sobem ao palco para uma interpretação do "Concerto para dois pianos e orquestra", de Max Bruch. Esta obra foi inicialmente concebida em 1911, após o compositor alemão ficar encantado com o talento das pianistas estadunidenses Ottilie e Rose Sutro, e a história por trás da composição acrescenta uma camada adicional de fascínio: as irmãs Sutro modificaram a obra para se adequar às suas habilidades, e os fragmentos da partitura original só foram redescobertos décadas depois, após a morte das duas, permitindo a reconstrução da versão original de Bruch, que, até 1973, nunca havia sido tocada, e permanece inédita no Brasil. “É um concerto belíssimo – aliás, de todos os que já toquei com a orquestra, é um dos que mais está dando gosto de estudar e ensaiar. Este concerto vai crescendo ao longo de cada movimento e, mais que tudo, é uma obra muito fácil de escutar, muito fácil de seguir e muito fácil de gostar”, diz Bernardo Santos.


“É a primeira vez que eu vou estar em um palco com orquestra em que não sou o único solista, e não podia estar mais feliz por tocar com Artur Pizarro, que é o nosso maior pianista português atualmente e alguém que admiro há muitos anos. De certa forma, este concerto é um concretizar de várias vontades e uma grande oportunidade que me foi dada de estar em palco novamente com a Orquestra Sinfônica de Minas, pela qual tenho um grande carinho”, conta Bernardo. O pianista já se apresentou duas vezes no Palácio das Artes, nos anos de 2019 e 2020. “Tenho ótimas memórias das duas apresentações, mas lembro-me especialmente do concerto de 2020, com um programa de Beethoven e o fantástico Coral Lírico. Costumo dizer que o meu concerto, no dia 11 de março de 2020, com a Sinfônica de Minas, foi o último grande concerto sinfônico do mundo pré-pandêmico”, relembra.


Para encerrar a noite com grandiosidade, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresenta a icônica “5ª Sinfonia”, de Tchaikovsky. Durante a Segunda Guerra Mundial, a obra, com seu tema de "vitória final através do conflito", ganhou imensa popularidade. Uma das execuções mais marcantes da peça ocorreu no início do Cerco de Leningrado. A Orquestra Sinfônica da Rádio de Leningrado foi convocada para tocar, a fim de manter a moral da população. No dia 20 de outubro de 1941, o concerto com a “Sinfonia nº 5” foi transmitido ao vivo para Londres. Em um momento histórico para a música clássica, os músicos continuaram tocando, com o ritmo inabalável mesmo em meio ao conflito. Embora inicialmente tenha enfrentado ressalvas da crítica, a “5ª Sinfonia” hoje é aclamada como uma das mais significativas obras do repertório sinfônico, destacando-se como um dos grandes legados deixados por este compositor que tanto contribuiu para a música russa e mundial. “Este concerto é uma verdadeira celebração da música clássica e da habilidade técnica dos músicos da nossa orquestra, que serão acompanhados pelos talentosos Artur e Bernardo, sob a regência impecável da maestra Ligia. Além disso, é uma honra para o Palácio das Artes ser o palco da primeira interpretação brasileira do ‘Concerto para dois pianos e orquestra’, de Max Bruch”, conclui Claudia Malta, diretora artística da Fundação Clóvis Salgado.


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