A dica de leitura de hoje é um livro de uma escritora estreante em ficção. Previsto para ser lançado em maio pela Editora Gente (já está em pré-venda na Amazon), 'Milagre em Passadouro - Três religiosos e uma cidade esquecida por Deus' é uma história que promete entregar comédia, reflexão e política.
O livro conta a história de uma ideia mirabolante criada por Vitalina (uma beata), Tereza (uma umbandista) e José Ribamar (um pastor). Eles, que vivem na cidade de Passadouro do Norte, decidem inventar a existência de um milagre na cidade, com o intuito de atrair imprensa, turistas e peregrinos. Assim, eles conseguiriam trazer visibilidade para a cidade e, consequentemente, lucro.
Após tempo de planejamento a cidade ganhou o Castelo de Milagres. O tal empreendimento milagroso atraiu muitas pessoas, grupos e pessoas com interesses questionáveis, mas talvez isso não importasse ao trio divino e sim o produto financeiro que resultaria. Uma legião de homens se instalou em um dos alojamentos, a quilômetros dali, para despontar as fraquezas da cidade, já conhecidas por todos, mas totalmente neutralizada pelos filhos daquela terra que, encontravam nos desastres naturais, justificativa às mazelas que açoitavam a pequena cidade nordestina.
A cidade dos homens não mais teve que se preocupar com problemas da sorte que fosse. O peregrino que botasse o pé na cidade já era tocado pela espiritualidade que pairava no ar, na fé ao desconhecido e, sem esperar muito, pagava para respirar aquele oxigênio celestial. Deu-se conta de que o que trazia espiritualidade a Passadouro do Norte não era a falácia do milagre, mas a fé que habitava em peregrinos e moradores.
Ao longo da história, as pessoas envolvidas questionam a si mesmas em relação a enganação. As alusões à políticos também estão presentes na narrativa, que nos leva a refletir sobre o que se passa em nosso país. Tudo isso com uma linguagem que une o clássico ao popular.
A autora, Lúcia Murad Neffa, é uma contadora e empresária que encontrou na literatura um encanto constante.
Lúcia (Xuxu) Murad Neffa, filha mais nova de uma família tradicional libanesa em Vitória do Espírito Santo, é contadora e empresária. Nas horas de sobra, nunca deixou de se ocupar num exercício qualquer que lhe possibilitasse aprender. Afinal, aprende-se a vida toda.
Estudando a língua portuguesa nos seus encantos, daí lhe veio a vontade de servir-se e de servi-la, a amada língua, fazendo algo por honrá-la. É então que surge a vontade de criar: de escrever um livro. O primeiro foi editado para narrar suas experiências no ramo dos negócios e que teve por nome Sete Pecados Empresariais (2015).
De maneira crítica, a empresária Lúcia (Xuxu) Murad Neffa narra situações corriqueiras de falsos moralistas, visto que a tendência ao desvio de conduta é algo enraizado e desprovido de sentidos éticos e morais. Xuxu, como prefere ser chamada, é uma inquietante estudiosa e apaixonada pela língua portuguesa. Assim se viu tomada pela magia da literatura e se aventurou em um romance com pitadas morais, religiosas e político-satíricas que vão de Foucault a George Orwell.
Fiquei muito curiosa com o enredo! Acho que o público também ficará se coçando para saber o que acontece com os personagens e com a cidadezinha nordestina.
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